terça-feira, 4 de junho de 2013

Natura é inocentada de acusação de biopirataria na Amazônia

Fonte Cosmético BR
Natura é inocentada de acusação de biopirataria na Amazônia Nacional - 27/05/2013
Justiça do Acre rejeitou alegação do Ministério Público Federal de que o acesso ao conhecimento tradicional do murumuru ativo da biodiversidade brasileira, é restrito aos índios Ashaninka – tribo que vive às margens do rio Amônia, perto da fronteira com o Peru.
A Natura foi inocentada pela Justiça Federal de prática de biopirataria, acusação a que respondia desde 2007.
A sentença proferida pelo juiz Jair Araújo Facundes arbitrou que foram apresentadas publicações que indicam o uso da planta para fins cosméticos desde 1927. Com base nessas publicações, a Justiça entendeu que "qualquer pessoa” poderia desenvolver produtos com o murumuru.

A Natura foi incluída como parte em ação do Ministério Público Federal do Acre promovida contra o empresário Fábio Dias Fernandes, contra a Chemyunion Química e contra o INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) por suposto acesso irregular ao conhecimento tradicional dos ashaninka.

A Natura esclareceu em juízo que não manteve qualquer relação com a comunidade ashaninka e que teve conhecimento das propriedades do murumuru por meio de seus pesquisadores. Eles tomaram bibliografias científicas como base para as pesquisas sobre as propriedades do ativo existentes desde 1941.

Além disso, a empresa reafirma que o contato com o ativo murumuru se deu a partir da Reserva Extrativista do Médio Juruá, localizada no município de Carauari, no interior do estado do Amazonas, e teve por objetivo o acesso ao seu patrimônio genético. É também das comunidades dessa reserva extrativista que a Natura adquire o ativo para a fabricação de seus produtos, como xampus, hidratantes e óleos.

“A Natura não faz biopirataria, pois nunca levou espécies brasileiras para serem exploradas no exterior sem a anuência do provedor. Todos os acessos realizados até o momento contam com a anuência do provedor e foram devidamente comunicados ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), por meio de pedidos de autorização protocolados junto a esse órgão. Portanto, todas as pesquisas realizadas pela Natura são feitas no Brasil e estão devidamente registradas”, diz Lucilene Prado, Diretora de Assuntos Jurídicos da Natura.

Apesar das dificuldades, desde o ano 2000, quando a Natura lançou a linha Natura Ekos, o uso dos ativos da biodiversidade de forma sustentável passou a fazer parte da plataforma de negócios da empresa, que mantém  acordos de repartição de benefícios com comunidades tradicionais.

 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Biomimética. Imagina na Amazônia

Sou suspeito pra falar, como todos sabem, sou apaixonado pela floresta, pelos povos que nela vivem e pela sua valorização.
Apenas algumas observações superficiais, da floresta ou dos hábitos do seu povo, poderiam levar a solução de alguns problemas, descobri que o termo utilizado para esta forma de resolver problemas chama-se biomimética. A minha preocupação é saber o que o povo da floresta e a floresta vão lucrar com isso. Penso que o simples fato de desenvolver produtos, e apoiar os povos da floresta para que forneçam matéria prima extrativista ou adquiram a produção de prováveis domesticações de espécimes interessantes, já é uma forma de gerar algum ganho para a floresta como um todo. Não, somente na forma de dinheiro na mão do povo da floresta, o povo do mato, como gosto de chamar, não quer um forno de micro-ondas na sua cozinha, quer escola de qualidade, hospital e ter os seus direitos de cidadão garantidos, não quer ser lembrado pelo estado, só quando pratica um delito, quer se sentir parte dele. Desta forma conclamo pesquisadores de todas as áreas a participarem desta nova forma de aproveitar a natureza, antes que "algum aventureiro o faça" e mais uma vez fiquemos vendo a "banda passar", e lastimando nos poderíamos ter feito isso.
Vale a pena ler a reportagem da FAPESP aqui reproduzida.
Um grande abraço a todos.

Fonte: http://agencia.fapesp.br/17133

Em evento realizado pela FAPESP e Natura, a bióloga norte-americana Janine Benyus falou sobre como a biomimética pode ajudar a superar desafios globais e tornar empresas e cidades mais sustentáveis (Wikimedia)


Produtos inspirados pela natureza dobram a cada ano no mercado

16/04/2013

Por Karina Toledo

Agência FAPESP – A planta de lótus (Nelumbo nucifera) virou símbolo de pureza espiritual por sua capacidade de se manter impecavelmente limpa apesar do ambiente lamacento em que vive. Tal façanha pode ser explicada pela presença de nanocristais de cera na superfície de suas folhas capazes de repelir a água de maneira muito eficaz. As gotas que ali caem assumem uma forma quase perfeitamente esférica, deslizam com facilidade e levam consigo a sujeira e os microrganismos.

Tal fenômeno, batizado pelos cientistas de “efeito lótus”, serviu de inspiração para o desenvolvimento de tintas, vidros e tecidos autolimpantes, que dispensam o uso de detergentes, além de equipamentos eletrônicos à prova d’água.

Já a superfície única da pele do tubarão de galápagos (Carcharhinus galapagensis), repleta de minúsculas protuberâncias que funcionam como um repelente natural de bactérias, inspirou o desenvolvimento de biofilmes para revestir camas hospitalares, entre outras aplicações.

Esses e outros exemplos de tecnologias inspiradas pela natureza foram apresentados pela bióloga norte-americana Janine Benyus durante o Simpósio Internacional Biomimética & Ecodesign, realizado pela FAPESP e pela Natura no dia 11 de abril.

Benyus é pioneira em um campo de pesquisa emergente, a biomimética, que propõe aos cientistas usar a biodiversidade não como fonte de matéria-prima para a indústria, mas como fonte de ideias para o design e o desenvolvimento de produtos e de sistemas.

“O número de produtos inspirados pela natureza dobra a cada ano no mercado e o número de publicações científicas na área duplica a cada dois ou três anos. É um campo do conhecimento que cresce muito rapidamente”, contou Benyus.

Durante a palestra, a bióloga mostrou de que forma a biomimética pode ajudar a superar desafios globais, como garantir o acesso à água potável, à alimentação e à energia, além de reduzir as emissões de carbono. Entre os casos citados, está um dispositivo capaz de capturar a umidade do ar e usá-la para irrigar plantações de forma dez vezes mais eficiente que as redes coletoras de neblina tradicionais.

O autor original da ideia é o besouro da Namíbia (Stenocara gracilipes), morador de áreas desérticas que, durante a madrugada, coleta o sereno com a ajuda de microcanais na superfície de seu corpo feitos de materiais hidrofóbicos (como as folhas de lótus) e hidrofílicos (que, ao contrário, atraem a água). As microgotículas fluem pelos microcanais do dorso e unem-se para formar gotas grandes, que chegam até a boca do animal.

“Existem duas formas de fazer biomimética. Uma delas é partir de um desafio de design e buscar um modelo biológico capaz de realizar aquela função que você precisa. A outra é observar um fenômeno interessante do mundo natural e procurar aplicações para ele”, afirmou Benyus.

O princípio não serve apenas para o desenvolvimento de produtos. Pode inspirar, por exemplo, o planejamento de cidades sustentáveis, que funcionem como um ecossistema natural. “Ecossistemas naturais, como as florestas tropicais, são generosos. Limpam o ar, limpam a água, fertilizam o solo. Produzem serviços que beneficiam também outros habitats. É isso que as cidades deveriam fazer”, opinou.

Construir pontes

Antes de trabalhar como consultora de empresas interessadas em encontrar soluções para criar produtos sustentáveis, Benyus era escritora de livros de história natural.

“Como bióloga, eu via muitos pesquisadores estudando como as folhas fazem fotossíntese e como os ecossistemas trabalham tão bem em conjunto. Por outro lado, havia um interesse crescente das empresas por soluções mais sustentáveis. Mas os designers não enxergavam as pesquisas produzidas pelos biólogos. Era preciso construir uma ponte entre eles”, contou em entrevista à Agência FAPESP.

Há 15 anos, Benyus publicou o livro Biomimicry: Innovation Inspired by Nature, no qual reuniu diversas pesquisas sobre o tema e introduziu o termo “Biomimética”. Desde então, além de prestar consultoria empresarial, a americana oferece um serviço sem fins lucrativos para instituições acadêmicas e cursos de especialização para biólogos, químicos, engenheiros, arquitetos e demais cientistas interessados em se aprofundar no tema. Todos os serviços estão reunidos no Instituto Biomimicry 3.8.

Benyus também mantém o portal Ask Nature , que reúne um enorme banco de dados taxonômicos e permite aos pesquisadores interessados em biomimética realizar gratuitamente buscas de estratégias do mundo natural para lidar com um determinado desafio.

“Tudo que os organismos naturais fazem para saciar suas necessidades – comer, respirar, acasalar – contribui de alguma forma para a fertilidade do habitat em que vivem. Os dejetos dos animais adubam o solo, o dióxido de carbono que expiram é usado pelas plantas na fotossíntese. A vida criou um sistema generoso e essa é a razão pela qual esse material genético existe há 10 mil gerações. A única forma de garantir o futuro de nossos filhos, netos e bisnetos é cuidar do lugar em que vão viver. Tem de aprender a ser generoso. É o que a vida faz”, defendeu.

Design sustentável

Ainda durante o Simpósio Internacional Biomimética & Ecodesign, Tim McAloone, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Danmarks Tekniske Universitet, na Dinamarca, falou sobre outra estratégia que permite às empresas criarem processos e produtos ambientalmente adequados: o ecodesign.

“Design para o ambiente é um conceito que permeia todas as fases do ciclo de vida de um produto, desde a escolha do material, do processo de manufatura e dos meios de transporte,até a distribuição e o descarte”, explicou.

Como exemplo, citou uma cadeira de escritório desenvolvida pela empresa americana Steelcase. Com um número menor de peças e materiais diferenciados, foi possível reduzir 15% o peso de transporte e o volume, além de tornar o processo de reciclagem mais fácil e de aumentar a durabilidade.

Além de apresentar aos cientistas critérios-chave para o design sustentável, McAloone falou sobre meios para implantar essa forma de planejamento nas organizações e divulgou um guia gratuito para o desenvolvimento de produtos disponível para download no site: www.kp.mek.dtu.dk/Forskning/omraader/ecodesign/guide.aspx. 

Parceria

Na abertura do simpósio, o diretor de Ciência e Tecnologia da Natura, Vitor Fernandes, afirmou que o objetivo do evento era unir dois temas considerados pela empresa “bastante complementares”. “Queremos discutir com a comunidade científica de que forma isso pode ser aprofundado, expandido e gerar valor para a sociedade, as empresas e a ciência”, disse.

O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, ressaltou que a parceria com a Natura faz parte dos esforços da FAPESP para promover a interação entre pesquisadores de instituições acadêmicas paulistas e aqueles que atuam em empresas.

“No Estado de São Paulo existe um grau de interação entre empresa e universidade comparável ao de qualquer lugar do mundo onde há boas pesquisas e boa ciência”, disse Brito Cruz.

Segundo dados da National Science Foundation, em 2010, aproximadamente 6% do dinheiro investido em pesquisa nas universidades norte-americanas veio de empresas. “Na Europa esse percentual varia entre 3% e 10%. Em universidades paulistas, como USP, Unesp e Unicamp, está entre 5% e 10%. São percentuais comparáveis em termos de volume de recursos e de quantidade de projetos”, disse Brito Cruz.

Mas, para que a parceria dê certo, ponderou o diretor científico da FAPESP, é preciso que a empresa tenha sua própria atividade de pesquisa. “Assim conseguirá perceber onde precisa de ajuda e montar uma pauta de pesquisa. A colaboração com a universidade não substitui a pesquisa interna da empresa”, destacou.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Em Tempo de Dengue

Na floresta amazônica nesta época, é época de chuva, umidade relativa do ar de até 98%(Anais da 58ª Reunião Anual da SBPC - Florianópolis, SC - Julho/2006), e neste período é que começamos a lidar com a questão da dengue. As providencias são simples, porem pouca gente faz, o que agrava o problema principalmente nos grandes centros urbanos. Trabalho em Ananindeua, porem a minha casa fica em Salvaterra, na Ilha do Marajó, então sei bem como é esta questão tanto na zona urbana como na zona rural. Em Salvaterra fico rodeado pela vegetação da ilha e nesta época pelos mosquitos o que é natural. A solução para uma convivência pacifica com os mosquitos, são as velas de andiroba, para se utilizar dentro de casa, e os tijolos de andiroba para se queimar fora de casa, acreditem realmente funciona, sou suspeito para falar, pois sou o inventor deste artefato. Nesta época fico entristecido, quando vejo tantos casos de dengue pelo Brasil a fora e nos com um paliativo simples e barato, o quilo do pó de fase sólida de andiroba para a fabricação de velas, é de penas R$ 2,00, para quantidades pequenas, pode ficar mais barato para quantidades maiores, utiliza na parafina apenas 25% de pó de andiroba.Não se trata simplesmente de aproveitar a ocasião para vender fase sólida de andiroba, atualmente comercializamos todo a nossa produção da fase sólida bruta de andiroba, para compostagens específicas, e sim, evitar o sofrimento de milhares de pessoas. A eficacia da vela de andiroba, atestada pela fundação Oswaldo Cruz, mostra que não se trata de um modismo ou enganação, existem sim fabricantes inescrupulosos que utilizam o óleo de andiroba como ativo, que tem pouca fago repelência,  e corante já que a vela original e marrom, ao comprarem uma vela de andiroba verifiquem quem é o fornecedor de matéria prima. Atualmente as velas são fabricadas pela Flora Mineira, em Minas Gerais, www.floramineira.com.br, que também as comercializa, além das Lojas Germinar, www.lojagerminar.com.br , até o momento, ninguem mais se interessou, o que é uma pena. Além de agir contra o mosquito da dengue a vela de andiroba afasta outros mosquitos, funciona por impregnação, deve ficar acessa durante todo o dia, em cima de uma vasilha refratária, longe de cortinas e materiais inflamáveis, pois quando esta para terminar faz uma chama alta, consumindo toda a fase sólida de andiroba e acentuando sua eficacia. Quem quiser maiores informações é só entrar em contato comigo.
Um grande abraço a todos

ÓLEO DE PRACAXI PARA OS CABELOS


Conhecido na Amazônia como uma madeira boa de queimar o pracaxi foi consumido quase que totalmente na foz do rio Amazonas, hoje o Ministério da Agricultura começa a coletar dados para a certificação orgânica do fruto, um avanço sem precedentes para a história deste espécime. Ó óleo extraído pela minha avô no século passado era consumido nas feridas, ferrada de cobras, aranhas e arraia, quando passava de um ano para o outro formava uma manteiga amarela no fundo, minha avô separava e dizia “ esta manteiga vai para o cabelo das caboclas”. As caboclas em questão eram moçoilas que a ajudavam a fazer quitutes para as festas da cidade, minha avô era uma grande cozinheira, além de erveira.
A manteiga de pracaxi era então disputada, as meninas utilizavam a manteiga no couro cabeludo para prevenir das caspas e seborreias e fortificar o cabelo, colocava pela manhã uma hora antes do banho, depois lavava com sabão de coco, xampu era luxo demais naquela época. Nas pontas o óleo mesmo em cabelos oleosos conseguia maravilhas naqueles cabelos castigados pelo sol e pela poeira da roça e da beira dos rios, nas lavagens de roupa semanal.
Hoje a Universidade Federal do Pará comprova a sua eficácia como emoliente, já existem aplicações nos Estados Unidos e França para os cabelos. Ele tem uma estrutura graxa que faz com que antes da escova facilite a passagem da escova e depois uma proteção que fecha as cutículas retêm umidade sem a presença de frizz, talvez pela minúscula espessura dos fios de cabelo as moléculas oleosas se comportem como se ainda estivessem agrupadas “arrumado” os fios em camadas mantendo o penteado por muito mais tempo. Em tratamentos térmicos o óleo de pracaxi se comporta como um silicone, preparando os fios e mantendo o tratamento por muita mais tempo, sua capacidade antioxidante, protege contra o sol, fumaça, poeira, podendo ser utilizado discretamente diariamente, nutrindo os cabelos, que passam a ter um brilho especial e movimento natural.

Safra de Oleaginosas e as Mudanças Climáticas


A safra de andiroba começou mais cedo na Amazônia, em função das mudanças climáticas. Temos que trabalhar para produzir o estoque de 2013 mais cedo.
Os produtores de andiroba começam a programar a coleta de andiroba nas praias de Salvaterra, Soure e nas várzeas de Cachoeira do Ararí.
Este ano as sementes começam a chegar às praias onde são coletadas, embora as influências das águas do oceano Atlântico ainda são intensas, devido a falta de chuvas, comum nesta época do ano, as sementes estão chegando, uma demonstração de que as mudanças climáticas não mudam só a produtividade das castanheiras do Acre, elas mudam o comportamento da floresta como um todo.


TRADUÇÃO

the andiroba season begins earlier in amazon, in function of the climatic changes, we have to work to produce the 2013 stock faster. the andiroba producers have started to program the collection of andiroba on the beachs of Salvaterra, Soure and the floodplains of Cachoeira do Ararí. This year the seeds start to arrive at the beachs where they are collected, although the influence of the atlantic ocean still intense due the lack of rains, comum at this period of the year, the seeds are arriving, a demonstration that the climatic changes do not change only the productivity of the Brazil nut trees of Acre, they change the forest behavior as a whole.